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Natação paralímpica da ABDA participa do Open Loterias Caixa

Natação paralímpica da ABDA participa do Open Loterias Caixa
Paranatação Data da publicação23/04/2019

Confira entrevista da técnica Rayssa Cappelin e entenda melhor como a modalidade transforma vidas
A natação paralímpica da Associação Bauruense de Desportes Aquáticos (ABDA), participa de 25 a 28 de abril do campeonato Open Loterias Caixa, com 8 atletas: Ana Laura Vieira, Glauciene Ribeiro, Matheus Silveira, Matheus Ribeiro, Victor Morcelli, Vrajamany Rocha, Welison Damasceno e William Santana. A competição organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), será realizada no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

A competição internacional é uma das que constam do calendário da equipe. Mas, a natação paralímpica da ABDA vai muito além de formar atletas. Segundo a técnica Rayssa Cappelin, a chegada a níveis de alto rendimento acaba ocorrendo naturalmente. Entretanto, os maiores benefícios da natação voltada a pessoas com deficiência é trazer a liberdade, melhorar a qualidade de vida, promover inclusão e convívio social.

Se você tem na família ou conhece alguém com deficiência, não deixe de conferir a entrevista da técnica da ABDA e conhecer melhor esse universo motivante da natação paralímpica. A ABDA tem vagas disponíveis no momento para alunos com deficiência física. Ligue (14) 3202-9259 para mais informações. Que tal encarar esse desafio e ver sua vida mudar?

Existe diferença entre natação paralímpica, paranatação e natação PCD ou são apenas nomenclaturas diversas para a mesma atividade?

Rayssa Cappelin - O termo natação paralímpica é usado quando nos referimos a uma equipe que já participou de uma paralimpíada. Paranatação é o termo correto, usado quando o atleta com deficiência treina natação. Natação PCD é a prática da modalidade por pessoas com deficiência.

 

Na ABDA, qual é o público atendido pela modalidade?

Rayssa Cappelin - Hoje na ABDA atendemos cerca de 45 alunos/atletas de paranatação, com idades que variam de 6 a 45 anos, com deficiência física, deficiência visual e deficiência intelectual. Para a iniciação, as aulas variam de duas a três vezes por semana. Conforme os alunos vão evoluindo, a carga horária também vai aumentando e chegam a treinar até seis vezes por semana na água.

Professores e atletas da equipe de natação paralímpica da ABDA: conquista da liberdade e muitas medalhas - Foto: Donato Fidelis - Alta Fotografia Professores e atletas da natação da ABDA: conquista da liberdade e muitas medalhas - Foto: Donato Fidelis - Alta Fotografia
O portador de qualquer tipo de deficiência física pode praticar natação? Mesmo quem não sabe absolutamente nada na piscina?

Rayssa Cappelin - Sim, algumas patologias físicas terão mais facilidade que outras, mas TODAS podem praticar natação. Nós da ABDA, trabalhamos inicialmente com adaptações ao meio líquido, possibilitando a esse aluno que nunca teve contato com a água se adaptar e a partir daí começar a evoluir.

 

Existe limitação de idade (mínima e máxima) para um deficiente começar a praticar a natação?

Rayssa Cappelin - Na ABDA, temos uma faixa etária de 6 a 28 anos para início da prática, caso alguma pessoa com deficiência já saiba nadar e tenha idade superior a 28 anos ele também pode ser inserido no projeto.

 

Para alguns pais, pode haver receio de deixar os filhos praticarem o esporte. A natação é uma prática segura para PCD?

Rayssa Cappelin - A natação é uma prática segura para PCD desde que o profissional seja qualificado para a prática e que o local tenha uma estrutura adaptada. Acredito que a principal orientação é conhecer o profissional com quem o aluno fará aulas, bater um papo legal e avaliar se é o momento adequado para o início da prática. 

A natação é uma prática segura para PCD desde que o profissional seja qualificado - Foto: Donato Fidelis - Alta Fotografia A natação é uma prática segura para PCD desde que o profissional seja qualificado - Foto: Donato Fidelis - Alta Fotografia
Existe diferença ao se ensinar a natação para um aluno convencional e outro com deficiência?

Rayssa Cappelin - Não vejo diferenças significativas ao ensinar a prática propriamente dita. A diferença se dá apenas na metodologia de como aplicar a prática. A chave para ensinar o PCD é conhecer a patologia e encontrar a melhor forma de comunicação para que ele entenda a informação na íntegra. A atividade é trabalhada conforme a dificuldade que a deficiência apresenta. Para o D.V (deficiente visual) é muito usado o espelho para ensinar o gesto motor por exemplo.

 

Especificamente sobre os cadeirantes, como funciona a prática da natação?

Rayssa Cappelin ? No caso dos alunos de L.M (lesão medular), para a entrada na água é feita uma transferência da cadeira de rodas para o chão (com ajuda profissional e outros já fazem sozinhos). Em seguida, como outro aluno de natação entrará na água no início com ajuda até que fique totalmente independe nesse sentido. Ao final do treino, dependendo do nível da lesão, o atleta consegue sair sozinho ou o profissional responsável por ele o ajuda a sair e a transferir novamente para cadeira de rodas. Podem praticar a natação: PC (paralisia cerebral) leve, moderado e alguns casos de severo onde a PCD deve ser avaliada pré-prática esportiva.

 

Quais os benefícios que a natação traz para as pessoas com deficiência?

Rayssa Cappelin - O esporte em geral trás benefícios não só para pessoas com deficiência mais para convencionais também. Dentre os benefícios mais importantes, no meu ponto de vista, está a liberdade. A água traz uma liberdade muito grande de ir e vir sem depender de ninguém, além da melhora da qualidade de vida, inclusão e convívio social.

 

Além dos treinos dentro d´água, os alunos também fazem algum outro tipo de treino?

Rayssa Cappelin - Os atletas da paranatação também fazem parte física quatro vezes na semana. Além de acompanhamento nutricional e médico. Seguem a rotina como um atleta convencional.

Os atletas da paranatação da ABDA também fazem parte física quatro vezes na semana Os atletas da paranatação da ABDA também fazem parte física quatro vezes na semana
Como é trabalhada a autoestima do deficiente?

Rayssa Cappelin ? Usamos ações motivacionais durante os treinos e até mesmo palestras próximo a datas importantes (competições). A interação entre os alunos é comum, como quaisquer outras pessoas interagindo. Conversam sobre o dia a dia, expectativas e frustrações. A patologia não influencia nesse quesito.

 

O foco da ABDA é a inclusão social e o desenvolvimento da dignidade do cidadão, porém muitos já se tornaram atletas de rendimento, conquistando títulos e medalhas. Isso acontece naturalmente?

Rayssa Cappelin - Sim, é uma seleção natural. Alguns alunos evoluem e se destacam mais rápido que outros. Eles se desafiam a ser melhores a cada braçada e assim evoluem ao ponto de conseguirem índices para campeonatos brasileiros e até internacionais.

 

Falando em competições, quais são as próximas do calendário e quais expectativas para o time ABDA?

Rayssa Cappelin - Nesta semana, de 25 a 28 de abril teremos o campeonato Open Loterias Caixa. É um campeonato internacional em que a ABDA participará com 7 atletas. Em maio, teremos a primeira fase nacional do circuito loterias caixa 2019. A expectativa é sempre que os atletas possam vencer o melhor já feito por eles no Open. Já no nacional, esperamos estar entre os 10 melhores clubes do país.
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